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Bancos digitais, contratação virtual, ensino remoto e outras tarefas tornaram-se 100% digitais. Como os brasileiros lidam com essa transformação e por que a inclusão digital é também sobre acolhimento e humanização.
É impossível pensar em inovação e desenvolvimento tecnológico no Brasil sem compreender como os usuários brasileiros vivenciam tantas transformações proporcionadas pelo digital no cotidiano.
O mercado de tecnologia está além de softwares técnicos e atividades especializadas em computadores ou outras máquinas complexas. Postar uma foto em alguma rede social, trocar mensagens em aplicativos de comunicação, transferências bancárias… tarefas do ambiente digital e do dia-a-dia de milhares de pessoas nesse instante em que você lê esta matéria.
Segundo uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), cada habitante possui 2 dispositivos digitais, em média, o que totaliza 440 milhões de dispositivos no país. Na palma da mão dos brasileiros estão os smartphones, ferramentas digitais que ocupam a maior parcela do total de dispositivos: aproximadamente 109 milhões de usuários de celulares smart. Quase metade da população!
Esses dados posicionam o Brasil em quinto lugar no ranking mundial de usuários dessa categoria de aparelhos, segundo a consultoria Newzoo.
O Brasil é Tech?
Entretanto, embora o país seja um mercado imenso de consumidores de internet e do digital, pelo menos 70% do total da população é usuária do digital, o país também apresenta desigualdades profundas neste setor, como indica a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): mais de 39 milhões de brasileiros não têm qualquer conexão à internet.
Outro obstáculo marcante está no fato de que, mesmo a população que possui acesso à internet e é consumidora de dispositivos digitais como computadores, notebooks e smartphones enfrenta dificuldades de aprendizagem e usabilidade.
Esse cenário mostra que há desafios tanto para promoção do acesso à internet e aos dispositivos bem como da aprendizagem de utilização de softwares, aplicações e funcionalidades embutidas nos aparelhos, o que nos leva a pensar também sobre o analfabetismo digital.
Quem são os usuários brasileiros
Os grupos sociais que mais sofrem com a falta de conexão e de acesso aos dispositivos eletrônicos são membros das classes mais baixas e são moradores de regiões mais distantes dos grandes centros..
Já as pessoas consideradas como analfabetas digitais são caracterizadas pela falta de manejo e familiaridade com a utilização tecnológica. Ou seja, um analfabeto digital é uma pessoa que enfrenta dificuldades graves para interagir com a interface de aplicativos, redes sociais e demais ferramentas digitais.
Esse “diagnóstico” acomete principalmente as pessoas que precisaram se adaptar a transformações tecnológicas, com o desafio aumentando após a aceleração digital impulsionada pela COVID e atualmente novas soluções como Metaverso.
Entretanto, essa informação não abre espaço para o estereótipo negativo de que adultos+ são sempre mais confusos com a tecnologia. O analfebitismo digital também acomete muitos indivíduos das gerações X, Z e Millennials.
E a pandemia expôs as dificuldades com o digital em muitas camadas, especialmente para alunos e professores que foram impactados de surpresa sem preparo, treinamento, infraestrutura e talvez apoio institucional para um novo momento de ensino remoto
A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) realizou um levantamento de dados com o setor da educação e do trabalho de professores da rede pública. A pesquisa indicou que para 21% dos entrevistados é "difícil ou muito difícil lidar com tecnologias digitais” e ainda apontou muita dificuldade por parte dos estudantes em utilizar e se adaptar com as ferramentas.
Inclusão digital por quem faz
A aplicação de soluções que promovam a inclusão digital promove impactos sociais e mudanças bastante positivas para os usuários e para as empresas, que podem ampliar os negócios de forma mais igualitária e atingindo mais pessoas.
A yube, plataforma de admissão digital, é uma startup brasileira que compreendeu a fundo a necessidade de inclusão e proporciona uma experiência acolhedora, simples e transparente para as pessoas que utilizam o seu serviço. É um exemplo de negócio que entende o seu mercado de atuação e seus consumidores e, de fato, humaniza e facilita os procedimentos digitais de contratação.
Democracia digital no cotidiano
Por isso, a inclusão digital tornou-se um desafio social e de mercado. Quem mais ganha com a superação desse desafio é o público brasileiro e, por consequência, o desempenho das empresas do setor também.
Investir em democracia digital é fundamental para o estabelecimento de projetos que transformam a vida das pessoas todos os dias. As tecnologias estão cada vez mais próximas das pessoas, como fazê-las se sentirem parte disso?
Esse pensamento deve direcionar políticas públicas e privadas para geração de democracia digital tanto no acesso aos aparelhos e dispositivos como na promoção da utilização consciente e cidadã de tantas soluções que chegaram para facilitar a vida de brasileiros e brasileiras. Ninguém deve ficar de fora disso, certo?
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Atualizado em: 27/12/2024 03:21 |