Período: Janeiro/2025 | ||||||
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O ano de 2010 terminou batendo recorde na criação de empregos com carteira assinada desde a criação da série do Caged, em 1992. A Rais, a ser divulgada nos próximos meses, deve confirmar este recorde. Essa informação é coerente com a maior taxa de crescimento do PIB desde 1986. Os números eram esperados e podem ser comemorados, pois este ritmo de expansão do emprego tem contribuído para a contínua queda da taxa de desemprego nos últimos anos.
A elasticidade produto-emprego tem se mantido bastante alta nos últimos anos, próxima de 0,5. Ou seja, com a economia crescendo à velocidade de 8% ao ano, a ocupação tem crescido em torno de 4%, absorvendo todo o ingresso de novos trabalhadores no mercado de trabalho.
Esse resultado também expressa a equilibrada criação de empregos nos grandes setores econômicos, incluindo a recuperação do emprego industrial após a crise. Agricultura, comércio, serviços, construção civil e administração pública, todos esses setores têm contribuído com saldos positivos para a expansão do emprego. E também indica uma dinâmica de crescimento apoiada no mercado interno, a partir da expansão do consumo doméstico e da taxa de investimento.
O que esperar de 2011 no mercado de trabalho?
Há um razoável consenso de instituições e analistas que o ritmo de crescimento vai desacelerar para uma taxa em torno de 5% neste ano. Mantida a elasticidade próxima de 0,5, pode-se imaginar uma expansão do nível de emprego em torno de 2/2,5%. Algo entre 2 milhões e 2,5 milhões de empregos. Um número muito positivo, uma vez que as mudanças demográficas apontam para um crescimento da População Economicamente Ativa (PEA) abaixo de 2% nos próximos anos.
Assim, se forem criados entre 2 milhões e 2,5 milhões de empregos (2/2,5%) em 2011, é razoável supor que a taxa de desemprego continue a baixar. Se o desemprego continuar a cair, os desafios crescem de importância na dimensão salarial. Ainda somos um país de salários baixos, apesar da recuperação observada em 2010. A participação dos salários na renda nacional no Brasil ainda expressa uma péssima distribuição de renda. A combinação de expansão do emprego, redução da oferta de trabalho e queda do desemprego abre uma janela para a elevação do salário real neste e nos próximos anos.
E esta janela será tão mais possível se a trajetória do desenvolvimento fortalecer os setores que produzem bens e serviços de maior valor agregado, capazes de elevar a produtividade e o nível de salários no País.
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