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O presidente do Banco do Brasil (BB), Aldemir Bendine, disse ontem que, diante das medidas de aperto monetário que vêm sendo implementadas pelo Banco Central (BC), a instituição reduziu de 25% para 22% sua projeção de crescimento do crédito para pessoa física neste ano. Apesar disso, ele afirmou que o BB segue trabalhando com uma expansão total do crédito de 17% a 20% em 2011.
Bendine explicou que a redução no ritmo de crédito ao consumo será compensada por um aumento no financiamento aos investimentos. "A presidente orientou o BB a manter atuação forte como agente indutor do desenvolvimento do País", declarou. Ele disse ainda que não houve uma determinação do governo federal aos bancos estatais para colocarem o pé no freio do crédito ao consumo neste ano.
Segundo Bendine, o ritmo menor de crescimento previsto se deve às recentes medidas de restrição ao crédito – como a elevação do compulsório bancário e o início do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic – que ontem, após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), passou de 10,75% para 11,25% ao ano. Além disso, ele lembrou que o recolhimento do compulsório superou o previsto pelo BC.
Em relação ao crédito para investimento, ele não forneceu uma previsão de crescimento da carteira ao longo de 2011. No entanto, o presidente do BB mencionou que estão atualmente em análise projetos de investimentos que totalizam R$ 65 bilhões.
Ajuste – O presidente do BB disse ainda que a instituição já está ajustando sua posição vendida em câmbio, em função da medida anunciada pelo BC no início deste mês. Segundo ele, o ajuste será completado antes do prazo de 90 dias instituído pelo BC – que criou um depósito compulsório para instituições financeiras com posição vendida em dólar superior a US$ 3 bilhões ou ao patrimônio de referência.
Bendine disse que o BB não especula com o real e ressaltou que o aumento da posição vendida da instituição decorreu do fato de que o banco teve o melhor desempenho dos últimos cinco anos no financiamento ao comércio exterior.
No jargão utilizado pelo mercado financeiro, "estar vendido" sinaliza realização de negócios que exigem a entrega futura de dólar ou pagamento da variação cambial. Na prática, isso representa a aposta dos bancos de que o real vai se valorizar. Estar "comprado", por consequência, sinaliza a expectativa de depreciação da moeda brasileira.
Spread – Para Bendine, as medidas adotadas pelo BC em dezembro levaram a uma expansão do spread médio nas operações de crédito. Ele não informou, porém, a magnitude dessa alta. O executivo também lembrou que o aumento da Selic para 11,25% ao ano, determinada na quarta-feira, deve resultar em uma elevação da taxa final de juros do BB.
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