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A economia do país cresceu mais em 2013 que no ano anterior, segundo indicam dados divulgados nesta sexta-feira (14) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é calculado pelo BC e busca ser uma espécie de "prévia do PIB" (Produto Interno Bruto), teve alta de 2,52% no ano passado – em 2012, o PIB cresceu 1%.
A comparação foi feita sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais (ano contra ano), o que é avaliado como mais apropriado por economistas. Levando-se em conta o resultado de 2013 com ajuste sazonal (dessazonalizado), menos apropriado segundo o mercado, o índice avançou 2,57%.
A estimativa do Banco Central para o PIB ficou um pouco acima da última avaliação do mercado financeiro. A mediana da previsão dos analistas dos bancos para a expansão do PIB de 2013 ficou em 2,24%. O próprio BC estimou, em dezembro, um crescimento de 2,3% para a economia no último ano. O número oficial do crescimento da economia no ano passado, porém, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apenas no dia 27 de fevereiro.
Recessão técnica
Apesar de a economia brasileira ter registrado crescimento em todo o ano passado, os números do Banco Central indicam que ela pode ter entrado em recessão no fim de 2013 – fenômeno que se caracteriza, tecnicamente, por duas retrações trimestrais consecutivas do PIB.
Segundo o IBC-Br, que pretende ser a prévia do PIB, houve recuo do nível de atividade de 0,16% no quarto trimestre do ano passado, na comparação com os três meses anteriores. No terceiro trimestre, o indicador já havia registrado retração de 0,21%.
A economia brasileira, segundo dados oficiais do IBGE, não registra recessão desde o final de 2008 e o início de 2009, momento no qual os efeitos da crise financeira internacional eram sentidos com mais intensidade em todo o mundo.
Desacelerando no fim do ano
Os dados do Banco Central também apontam que a economia brasileira terminou o ano de 2013 desacelerando. O IBC-Br mensal, após o ajuste sazonal (considerado mais apropriado para a comparação), registrou recuo de 1,35% em dezembro – o que igualou o resultado de maio de 2013 e configurou a maior queda desde dezembro de 2008 (-4,04%).
Dezembro do ano passado também foi o segundo mês seguido de retração do nível de atividade econômica, que já havia caído 0,64% em novembro – na comparação com o mês anterior.
Resultados do IBC-Br x PIB
O IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.
Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 1%. O mesmo aconteceu no primeiro, no segundo e no terceiro trimestres de 2013. Entre julho e setembro do ano passado, o indicador teve retração de 0,21%, mas o PIB caiu mais – 0,5%.
O Banco Central já avaliou, em 2013, que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca, é que seria surpreendente", afirmou o diretor de Política Econômica da entidade, Carlos Hamilton, no fim de 2012.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, entretanto, os juros básicos estão em 10,5% ao ano, após seis elevações em 2013 e uma alta no início de 2014.
Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Para 2014 e 2015, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
A expectativa do mercado financeiro é que os juros continuem subindo e atinjam 11,25% ao ano no fim de 2014. Segundo analistas, a política de gastos públicos em alta e a valorização do dólar, entre outros fatores, tendem a continuar pressionando a inflação este ano.
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