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As taxas de juros das operações de crédito avançaram pela sétima vez consecutiva em abril. A média geral para pessoa física passou de 6,71% ao mês, e 118,00% ao ano, em março para 6,77% ao mês, e 119,48% ao ano, em abril, sendo este o maior registro desde julho de 2011, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Das seis linhas de crédito pesquisadas pela instituição, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês, mas os maiores patamares foram registrados pelo cartão de crédito e cheque especial. A modalidade de cartão de crédito bateu recorde, alcançando o maior registro desde 1999, já que em abril houve uma elevação de 1%, passando a taxa de 12,02% ao mês, 290,43% ao ano, em março, para 12,14% ao mês e 295,48% ao ano em abril.
Já o cheque especial apresentou a maior taxa média desde 2003. Em abril, a modalidade registrou crescimento de 1,04%, passando a taxa de 9,64% ao mês, 201,74% ao ano, em março, para 9,74% ao mês e 205,06% ao ano em abril.
Para o coordenador da pesquisa e diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a elevação é atribuída principalmente às sucessivas altas da Selic, além da expectativa de novos avanços da taxa básica nos próximos meses.
“O atual cenário econômico aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência, já que com os índices de inflação elevados, o aumento de impostos e os juros altos reduzem a renda das famílias. Tudo isso se soma ao baixo crescimento econômico, o que deve contribuir para o crescimento dos índices de desemprego”, explica o economista.
Ainda de acordo com o levantamento, a modalidade de empréstimo pessoal de financeiras registrou a terceira maior variação em abril. No mês, apresentou crescimento de 0,27%, passando a taxa de juros de 7,52% ao mês e 138,71% ao ano em março, para 7,54% ao mês e 139,24% ao ano em abril.
Segundo Oliveira, a tendência para o ano é de que as instituições financeiras continuem aumentando suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência.
“A inadimplência ainda está estável por conta de uma série de ações dos bancos. Eles estão mais seletivos, com o objetivo de melhorar a qualidade do crédito mais a frente, porém, com o ambiente de desemprego crescente, não dá pra segurar. Mês a mês, veremos a inadimplência e as taxas de juros crescerem. Vamos continuar batendo recordes”, conclui o economista.
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Atualizado em: 04/10/2024 17:59 |