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O Brasil e vários países manifestaram neste sábado (2107) sua preocupação com a guerra comercial entre as grandes potências.
Esse foi um dos principais temas do terceiro encontro de ministros da Fazenda e presidentes de Banco Central do G-20 – o grupo integrado pelas dezenove maiores economias mundiais e a União Europeia (UE).
“Isso afeta as economias mundiais, principalmente as economias emergentes”, disse o ministro da Fazenda brasileiro, Eduardo Guardia, em entrevista coletiva, após o primeiro dia de encontro.
Segundo ele, os riscos aumentaram depois que os Estados Unidos começaram a aplicar tarifas as importações de produtos chineses e que a China retaliou.
“Se olharmos de abril para cá, todas as principais econômicas emergentes tiveram desvalorização de suas moedas”, disse o ministro.
Mas segundo ele, a única saída – principalmente para o Brasil - continuar realizando as reformas necessárias, para fortalecer a economia e estar melhor preparado para atravessar “momentos de volatilidade”.
Segundo o ministro, o Brasil poderia se beneficiar – a curto prazo – da briga de tarifas e contra-tarifas, entre Estados Unidos e China, ocupando o espaço dos exportadores norte-americanos e vendendo mais para o mercado chinês. Pelos cálculos do governo brasileiro, isso poderia significar um ganho de US$ 2 bilhões este ano.
Mas não compensaria os prejuízos que uma guerra comercial causará, a longo prazo, tanto para a economia brasileira, quanto para a economia mundial.
Guardia disse que o Brasil não tem os meios para intervir numa guerra comercial entre as grandes economias, mas deve se preparar para enfrentar maiores dificuldades, se elas aparecerem.
“Se o cenário for mais adverso, a reação vamos acelerar as nossas linhas de defesa. No caso brasileiro aumenta a necessidade de consolidação fiscal: leia-se previdência, questões tributárias, questões de abertura comercial”, afirmou. Ele disse que, apesar do Brasil ter um “setor externo muito sólido”, o país tem “fragilidades” na área fiscal.
O ministro descartou qualquer medida para estabelecer um patamar de câmbio no Brasil. “O câmbio brasileiro é flutuante. O que nos dá proteção nesses momentos de volatilidade e reforçar os fundamentos da economia brasileira e ficar menos vulnerável a qualquer deterioração do cenário externo”, disse.
Segundo ele, o Ministério da Fazenda e o Banco Central se limitarão a fazer intervenções quando “entendermos que há disfuncionalidade no mercado de cambio ou de juros”.
Mas ele ressaltou que nas últimas três semanas não houve qualquer intervenção. “Isso significa que o mercado reencontrou seu patamar de equilíbrio”, disse.
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