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Segundo dados publicados em junho, o total de famílias endividadas subiu para 63,4% em maio de 2019. Essa é a quinta alta consecutiva do indicador, produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em abril, o índice era de 62,7%.
“O endividamento familiar tem várias origens, desde a falta de planejamento, consumo exagerado ou mesmo a falta de renda, por conta do cenário empregatício desfavorável em que vivemos”, explica o coordenador do curso de Gestão Financeira do Centro Universitário Internacional Uninter, Daniel Cavagnari.
Além disso, a cultura e sociedade brasileiras contribuem para o acúmulo de dívidas/débitos. “O brasileiro não tem o hábito de mensurar o valor do próprio dinheiro. Isso significa saber quantas horas precisa trabalhar para adquirir determinado bem ou serviço”, diz.
Outros fatores culturais são o uso de crédito fácil ou oculto, como o limite do cheque especial, que tem juros de cerca de 300% ao ano. Ou ainda o endividamento por meio de cartões de crédito. Ainda segundo os dados da CNC, a maior parte das dívidas familiares (78,6%) foram contraídas dessa forma.
As cinco dicas para sair do endividamento (ou evitá-lo)
1. Planilha de gastos
“É preciso fazer um diagnóstico de tudo o que é gasto para identificar onde está o problema. Todos os membros da família devem contribuir com essa etapa essencial”, explica.
Até mesmo crianças e adolescentes devem contribuir com o controle de gastos. Os pequenos devem saber o quanto podem gastar e com o quê, além de aprender a anotar em que dispenderam seu dinheiro.
O professor recomenda que essa planilha seja feita mensalmente e também anualmente, para prever gastos sazonais em períodos específicos, como festas de final de ano, aniversários, impostos em geral (como o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU e o IPVA), entre outros.
2. Plano de contingência
“Muitas pessoas compram bens, como imóveis ou carros, sem ter um plano caso não possam mais arcar com as parcelas. O contingenciamento é necessário, pois esperar pelo sequestro e leilão do bem é o custo mais alto que se pode ter”, diz o professor.
Como contingenciamento, a família pode fazer uma reserva de emergência, calcular quanto podem sacar do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou ver quem está mais apto a assumir o pagamento. Assim, no caso de uma perda repentina de emprego, não há risco de endividamento.
3. Mantenha o nome limpo
“Nunca empreste seu nome ou cartão de crédito para familiares ou amigos. Se eles sujaram o próprio nome e bloquearam os próprios cartões, farão o mesmo com você. Aprenda a dizer não a esses pedidos”, defende Cavagnari.
4. Cartão de crédito sob controle
“Com o cartão de crédito, gastamos sem saber o quanto e só vemos o total quando a fatura chega no mês seguinte. Hoje é difícil viver sem essa ferramenta, mas já temos alternativas ao cartão tradicional do banco”, coloca o professor.
Alguns cartões mais modernos não têm anuidade e sua fatura pode ser acessada a qualquer momento pela internet — no computador ou celular. Outra boa opção é usar cartões de crédito pré-pagos, em que a pessoa primeiro paga e depois usa o cartão.
5. Cuidado com pequenos gastos
“Hoje é muito fácil desperdiçar dinheiro com besteiras e bugigangas pela internet, pois refletimos menos ao fazer essas compras. Também somos tentados a assinar serviços, os quais usaremos pouco ou quase nada. Ao fim do mês, esses ‘pequenos’ gastos tornam-se grandes”, explica o professor.
Para evitar essa situação, valem as dicas já citadas de criar uma planilha com todos os gastos e controlar o uso do cartão de crédito.
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