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O estresse no trabalho é algo comum, mas não significa que deva ser encarado como algo que sempre faz parte como se não houvesse o que fazer a respeito. Quais medidas seu RH tem buscado?
Na prática, muita gente já entende que trabalho dá trabalho, mesmo quando o profissional atua com o que ama. Então, é inevitável viver algumas situações desagradáveis, mas é possível minimizar umas e até evitar outras.
Parte disso depende de cada profissional, mas há também uma responsabilidade grande por parte das empresas, RHs e lideranças para evitar o estresse no trabalho.
Por isso, continue a leitura para entender causas e saber como evitar o problema!
O estresse é uma resposta natural frente a situações de ameaça ou perigo que provoca a liberação de hormônios que nos preparam para uma ação física.
É algo que acontece em diferentes contextos, inclusive no ambiente corporativo.
Uma situação estressante coloca as pessoas em estado de tensão. Os batimentos cardíacos aceleram, as veias se dilatam e a respiração fica mais ofegante.
Sendo assim, o estresse no trabalho é uma reação provocada por algo que causou tensão em um funcionário ou até mesmo em uma equipe inteira.
Em alguns casos, isso leva a uma resposta que pode ser impulsiva ou silenciosa. Diante de um acontecimento estressante, uma pessoa pode gritar ou chorar, por exemplo.
Alguns profissionais, inclusive, relatam já ter ido para o banheiro da empresa para soltar o choro ― basta rodar as redes e encontrar depoimentos.
Acontece que o estresse nem sempre é “somente” uma situação pontual, podendo se estender por longos períodos.
Com isso, pode ser que o funcionário acumule esse sentimento e comece a manifestar sintomas com o passar do tempo.
Isso porque o estresse tem efeitos físicos, além de atingir a mente, o que pode transformá-lo em um problema de saúde que merece toda a atenção da empresa.
Vale saber que o estresse atinge cerca de 70% da população e, enquanto algumas pessoas conseguem lidar com mais facilidade, outras enfrentam impactos maiores em suas vidas.
O estresse no trabalho pode ir de um acontecimento mais corriqueiro a um problema bem mais grave. Para você entender melhor isso, trouxemos três classificações importantes:
O estresse agudo é o pontual, o mais comum entre todos.
Algo acontece e imediatamente a tensão surge, fazendo com que o organismo responda alterando a frequência cardíaca e outros.
Pode ser, por exemplo, resultado de um e-mail ou mensagem na intranet comunicando que o líder deseja sentar para uma conversa.
Esse tipo de estresse é momentâneo e não costuma deixar “sequelas”. Pode ser que uma dor tensional surja e demore alguns dias para passar, mas é algo que tende a ser mais brando.
O estresse episódico acontece quando um problema no trabalho se torna gatilho frequente para o estresse agudo.
Quer um exemplo? Um chefe que prefere ser temido do que querido pode ter uma postura amedrontadora e causar estresse em sua equipe todas as vezes que se dirigir a ela.
Ainda que os sintomas se mantenham momentâneos, sua intensidade e frequência podem ter efeitos mais graves e prolongados. Gradativamente, o impacto físico e emocional se acumula, tornando-se mais limitante a cada dia.
Por último, temos o estresse crônico que caracteriza uma situação constante de estresse que impede o funcionário de relaxar mesmo nos momentos de lazer.
É esse tipo de estresse, o mais grave de todos, que desencadeia um desequilíbrio emocional que tem impacto mais severo na saúde e no bem-estar dos indivíduos.
Do cansaço constante à depressão, diferentes questões podem surgir em decorrência desse quadro.
Para falar dos sintomas do estresse no trabalho, já mencionamos as alterações pelas quais o corpo passa quando uma situação estressante se apresenta. Entretanto, a manifestação do estresse não se encerra nisso.
Ainda que provoque uma resposta pontual, o estresse não costuma ter uma causa única.
A vida, dentro e fora do ambiente de trabalho, é repleta de desafios e pode resultar em um acúmulo de sintomas físicos e psicológicos.
O nível da reação varia de profissional para profissional, assim como tem influência do clima e da cultura organizacional.
Em geral, os sintomas manifestados pelos indivíduos costumam ser:
A saúde emocional é uma preocupação constante nas empresas e esse é o tema de um dos nossos Tangerino Talks. Confira!
Como mencionamos, o clima e a cultura de uma empresa podem ser sintomáticos, uma vez que podem ter relação com as causas do estresse.
Para análise do RH, existem alguns sintomas relacionados à própria organização que merecem atenção. Veja alguns exemplos:
Como mencionado, não existe uma única causa. O estresse no trabalho está associado à falta de qualidade de vida no trabalho. Isso significa que há uma ampla gama de fatores a ser observada.
A seguir, pontuamos algumas das principais causas. Confira:
Empresas e seus funcionários precisam ser compatíveis.
Se as partes não compartilham os mesmos valores e apostam em dinâmicas de trabalho distintas, algo importante está faltando.
O fit cultural nada mais é do que a capacidade que um profissional tem de se alinhar à cultura da empresa, aos seus valores e à sua missão.
Quando essa capacidade é baixa ou inexistente, tudo relacionado ao trabalho se torna motivo de estresse.
Colocamos esse como o primeiro fator porque o fit cultural precisa ser avaliado desde o processo de recrutamento e seu sucesso depende ativamente dos responsáveis pela seleção de candidatos.
Existem diferentes tipos de liderança que podem ser adotadas com base nos objetivos da empresa e sua cultura. A avaliação quanto a isso precisa considerar também as pessoas.
Uma liderança confusa, que não se conecta ou se comunica bem com a equipe, deixa o trabalho confuso e frustrante. Isso pode gerar situações frequentes de estresse.
A confusão tende a abrir brechas para erros por parte de seus liderados, bem como para a necessidade de retrabalho, aumentando o cansaço e gerando ansiedade.
Ainda, uma liderança agressiva demais pode causar medo e impedir que os trabalhadores se sintam respeitados e sejam produtivos.
Outro ponto comumente atrelado ao estresse crescente é a existência de metas incompatíveis com a realidade de um indivíduo ou equipe.
Uma boa gestão de metas direciona todos os colaboradores a focar seus esforços em alcançar resultados estratégicos para a empresa, engajando-os e aumentando a produtividade geral”.
Mas isso só funciona se as metas forem possíveis. Do contrário, elas se tornam contraprodutivas e desencadeiam situações de estresse no trabalho por aumentar demais a pressão sobre os funcionários.
Pegando gancho nas metas, por vezes empresas apostam na competitividade para motivar seus funcionários. Isso pode funcionar bem desde que a competição seja sadia.
O excesso de competição pode desencadear conflitos e pesar o clima, tornando o dia a dia de trabalho cada vez mais estressante, inclusive para quem não está diretamente envolvido na situação.
Lado a lado com as metas irreais está o trabalho em excesso.
O volume e nível de dificuldade das atribuições variam de um cargo para o outro e de acordo com a experiência do profissional.
Em todo caso, há sempre um limite para a quantidade de tarefas e responsabilidades que um funcionário pode ter.
O excesso prejudica o desempenho e deixa o trabalhador com a sensação de que nunca conseguirá fazer o suficiente.
Esse quadro desencadeia o estresse e o torna frequente, o que pode transformá-lo em um problema grave ao longo do tempo.
Quando falamos na qualidade de vida, nem tudo tem a ver com o dinheiro. Aliás, é importante que a alta gestão, o RH e as lideranças saibam que um bom salário não resolve tudo.
Em contrapartida, não é como se os outros fatores que geram bem-estar fossem capazes de fazer qualquer um relevar um salário ruim.
A remuneração precisa ser compatível com o mercado e justa com relação às atribuições e responsabilidades.
Também precisamos falar sobre um lado negativo do uso da tecnologia e da migração para o modelo de trabalho híbrido ou o home office.
É preciso estabelecer limites claros e respeitá-los.
A tecnologia permite, por exemplo, que o trabalhador tenha acesso ao ambiente virtual da empresa de qualquer lugar que esteja, usando seu próprio dispositivo.
Por sua vez, o trabalho remoto pode criar a ideia falsa de que o profissional precisa estar à disposição sempre para “compensar” sua distância física do escritório.
Essas questões, isoladas ou de forma conjunta, podem fazer com que demandas de trabalho sejam feitas fora do horário de trabalho.
Quando a vida profissional invade a vida pessoal, o estresse aumenta.
Quanto a isso, considere que priorizar a saúde mental e a ideia de não viver somente para trabalhar são tendências crescentes. Assim, é cada vez mais importante que limites sejam respeitados.
Por fim, cabe destacar a relação entre o ambiente e o estresse no trabalho, uma vez que esse ambiente pode agravar todos os problemas.
O local onde a atividade profissional é desempenhada precisa ser seguro. É, inclusive, uma exigência da CLT que os empregadores garantam isso aos seus trabalhadores.
É fundamental fornecer equipamentos de segurança quando necessário à atividade e realizar a manutenção preventiva do maquinário.
No contexto de um escritório, fatores como mobiliário e ergonomia, iluminação e poluição sonora também devem ser levados em conta.
Condições inadequadas geram sensação de desamparo, além de causarem ou agravarem dores que acentuam o estresse.
Constantemente, destacamos que as pessoas estão entre os ativos mais importantes de uma empresa.
O estresse no trabalho afeta a saúde dos profissionais, bem como sua relação com a organização.
Inicialmente, o estresse pode afetar a produtividade. Entre outros problemas, isso pode levar ao descumprimento de prazos, afetar a relação com clientes e outros stakeholders, além de causar prejuízo financeiro.
Outro problema que afeta a dinâmica de trabalho e o caixa da empresa é o aumento do absenteísmo.
Uma situação que, quando agravada, pode forçar a empresa a demitir e investir em um novo processo de seleção e onboarding.
O estresse pode causar afastamento por doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, o que tende a elevar os gastos médios com saúde e afetar a dinâmica das equipes.
Perceba que, em todas as situações, a empresa ― para além de seus funcionários ― sai perdendo de alguma forma.
Desde 1° de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout é classificada como uma doença ocupacional, entendida como um quadro de “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso“.
A estafa provocada pelo excesso de trabalho já era conhecida antes, porém não levava os empregadores à obrigação de emitir o CAT ― Comunicação de Afastamento do Trabalho ― e nem garantia a estabilidade de 12 meses e o auxílio do INSS aos celetistas.
O burnout é consequência de situações frequentes de estresse no trabalho, geralmente atrelado ao excesso de demandas e cobranças.
A definição de estresse nos leva a uma situação em que as pessoas precisam “enfrentar ou fugir”. Isso é algo que vem desde os primórdios e que provoca reações diferentes ao longo do tempo.
É esperado que um trabalhador não grite e esbraveje com colegas ou com seu líder diante de uma situação estressante. Tampouco que destrua seu ambiente de trabalho.
Enquanto adultos, somos levados a reações mais racionais e contidas. Por vezes, isso faz com que os trabalhadores guardem seus sentimentos ao invés de lidar com eles, inclusive pelo medo de perder o emprego se questionarem algo.
Essa situação contribui para o acúmulo de estresse e o agravamento dos sintomas físicos e emocionais, podendo levar à necessidade afastamento do trabalho.
Acabar de vez com o problema não é possível até porque, dentro do aceitável, falamos de uma reação natural do ser humano a uma situação desafiadora.
Entretanto, temos dicas de como evitar o estresse no trabalho.
Falamos de ações que cabem ao RH, sem deixar de mencionar que os próprios trabalhadores também podem agir de forma a reduzir o estresse no seu dia a dia.
Antes de qualquer coisa, o RH precisa identificar o estresse no trabalho como parte da realidade da organização.
Além disso, é necessário mapear as ocorrências desse estresse.
Para tanto, é válido realizar pesquisas de clima organizacional para entender o que pode estressar os funcionários e como estes avaliam a postura dos líderes e da própria empresa diante da situação.
Lembra-se da relação das possíveis causas para esse estresse?
Todas podem ser investigadas por meio da pesquisa para que o RH identifique as principais antes mesmo que consequências surjam.
Ainda há empresas que não se preocupam com o bem-estar dos funcionários. Algo que vem da ideia de que um trabalho serve apenas como trabalho e não tem que gerar nenhum tipo de satisfação além da remuneração.
Felizmente, essa compreensão equivocada tem ficado para trás. Entretanto, muitos fatores atrelados ao estresse ainda são entendidos como normais da vida profissional. Isso precisa ser revisto.
A pesquisa de clima pode indicar o que os funcionários entendem como situações estressantes e cabe à empresa e ao seu RH reconhecer isso. Não há como reduzir esse estresse sem encará-lo com seriedade e dimensioná-lo antes.
Anteriormente, mencionamos como a tecnologia e o trabalho remoto podem ser uma barreira para que o limite entre a vida profissional e a pessoa seja respeitado.
Isso não parte somente da empresa. Os próprios trabalhadores podem ter dificuldade para respeitar limites.
Muitos acabam levando problemas do escritório para casa, bem como fazendo “horas extras” não oficiais, trabalhando até quando não deveriam.
Assim, a empresa deve criar uma cultura que reforça a importância de respeitar horários, espaços e individualidades.
O uso de redes sociais para falar de trabalho, por exemplo, não deve acontecer 24h por dia e a organização ensina pelo exemplo.
Não raro, o estresse da vida pessoal e o do trabalho se misturam. Incentivar comportamentos saudáveis em todas as esferas ajudam como forma de prevenção ao estresse.
Sua organização pode, por exemplo, dar dicas de alimentação saudável e fazer parceria com restaurantes que tenham um cardápio mais equilibrado.
Também pode ter um vale-academia como um dos benefícios corporativos caso isso faça sentido de acordo com o perfil dos profissionais da empresa.
Ainda, a prática de ginástica laboral pode ser ensinada e incentivada diariamente, com lembretes que instruem pausas para que o exercício seja feito.
Vale até para quem está em trabalho remoto.
O estresse no trabalho é um problema comum, sobretudo o agudo. Até certo ponto, lidar com situações estressantes faz parte da vida, mas é sempre bom evitar.
Se o problema se agrava para o estresse episódico, ou pior, para o estresse crônico, a saúde dos funcionários tende a pagar o preço e a própria empresa também.
Buscar formas de melhorar o clima organizacional, o ambiente e as relações na organização é uma tarefa que cabe ao RH, com respaldo da alta-gestão.
O objetivo é criar uma realidade em que o estresse é pouco comum e pouco capaz de afetar bem-estar, produtividade e o sucesso dos negócios como um todo.
E como você viu, uma das principais consequências do estresse no trabalho é a Síndrome de Burnout. Leia nosso artigo e descubra como evitar o esgotamento dos seus funcionários!
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