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Byung-Chul Han é um filósofo sul-coreano que nos traz o conceito de Sociedade do Cansaço. Nela, as mudanças sociais e culturais do século XXI são as principais causas do trabalho excessivo e saúde mental fragilizada.
Estamos inseridos em uma sociedade na qual todos precisamos performar sempre o máximo. Todos devem estar sempre oferecendo sua mais alta performance e menos que isso é tido como fracasso.
Tudo piora quando o máximo deixa de ser estabelecido pela empresa, mas passa a ser uma métrica do próprio indivíduo. Isso acontece pela busca de autoafirmação e suposta realização pessoal.
Especialmente com o aumento da modalidade de trabalho em home office durante a pandemia da Covid-19, vemos um aumento de problemas físicos e mentais.
Por todas essas questões, neste texto, falaremos sobre o trabalho excessivo, suas consequências e como evitar que isso afete sua empresa.
Você sabia que trabalhar demais causa milhares de mortes anualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)?
Um estudo demonstrou que pessoas que trabalham mais de 55 horas semanais têm maiores riscos de sofrer derrames ou desenvolver doenças cardiovasculares. Num contexto mundial, essa situação causou cerca 745 mil mortes só em 2016.
Essa jornada de trabalho equivale a 11 horas trabalhadas por dia, começando às 8h e indo até às 19h.
Em um contexto de pandemia, isolamento social e até mesmo sem a supervisão oficial da empresa, isso se torna uma realidade de muitas pessoas.
O problema é quando o indivíduo começa a sacrificar a sua vida em prol de atingir um determinado resultado.
Assim, o colaborador para de se divertir, ter vida social, ter hobbies e o resultado é o aparecimento da já famosa síndrome de burnout.
Mas como identificar essa situação no ambiente de trabalho? Veja a seguir alguns dos sinais mais comuns em colaboradores que estão trabalhando demais.
Funcionários que trabalham em um nível que passa a ser um perigo para sua saúde física e mental apresentam sintomas claros.
Todo mundo conhece ou já conheceu alguém que está sempre cansado, falta o trabalho com frequência e não é a pessoa mais positiva do mundo.
Mas esses são apenas alguns dos sinais, entenda agora como eles podem se manifestar no ambiente de trabalho.
Todo mundo fica cansado depois de um dia de trabalho intenso, contudo, quando uma pessoa está trabalhando muito mais do que deveria, essa fadiga se torna crônica.
Isso porque, o pouco tempo de descanso que sobram das longas horas trabalhadas não são o suficiente para recarregar as energias para o dia seguinte.
Esse colaborador normalmente faz horas extras em excesso e apresenta sinais físicos de fadiga e, por consequência, também tem problema em manter-se concentrado.
Uma pessoa que não consegue descansar direito está sempre com dores. Há as questões ergonômicas das horas de trabalho que resultam em costas doloridas, articulações sensíveis e dores de cabeça frequentes.
Isso se dá também, pois pessoas trabalhando em excesso acabam deixando de lado outras áreas de suas vidas, como exercitar-se regularmente, por exemplo.
Os demais sinais tendem a ser questões intimamente ligadas a fadiga e dores, veja.
Manter um colaborador motivado em situação de exaustão motivado não é uma tarefa fácil, de fato, beira a ser impossível.
Não somente, sua própria condição física o impede de ser produtivo, assim, é comum ver uma queda nos indicadores pelos quais essa pessoa é responsável.
A contradição aqui é que o colaborador que está trabalhando excessivamente não vê essa queda como um sinal de que ele precisa parar, mas sim de que seus esforços ainda não são suficientes.
Dessa forma, há uma retroalimentação desse comportamento danoso.
Problemas com absenteísmo é um sinal claro de que o colaborador está exausto, não somente, a situação de estresse por não conseguir descansar apropriadamente acaba afetando o sistema imunológico do indivíduo.
Dessa forma, ele adoece com mais frequência e, algumas vezes, simplesmente não consegue ir para o escritório por pura falta de motivação.
Quer saber mais sobre absenteísmo? Confira esse episódio do Me Explica Aí:
Profissionais trabalhando em excesso não são felizes. Sendo assim, é comum que eles tenham atitudes negativas em relação à vida em geral.
É comum que eles nutram pensamentos como “eu não sou bom o suficiente”; “não adianta de nada”; ou mesmo “não sou bom para nada”.
Esses pensamentos negativos vêm de um local de fadiga extrema e podem ser a porta para questões psicológicas muito mais sérias como ansiedade e depressão.
Dessa forma, é importante estar de olho nesse tipo de comportamento e oferecer o apoio necessário para quebrar o ciclo do trabalho excessivo e começar a nutrir hábitos saudáveis.
Indivíduos com pensamentos negativos acabam impactando diretamente no clima organizacional, especialmente, se pessoas trabalhando em excesso é uma epidemia na empresa.
Não tem para onde correr, isso afeta a construção de relações duradouras, sejam de amizades pessoais ou parcerias profissionais.
E os problemas nas relações interpessoais não costumam ficar limitadas ao ambiente corporativo, a exaustão segue o colaborador até em casa, fazendo com que seus relacionamentos íntimos também se deteriorem.
Agora que você já conhece os principais sinais de colaboradores que trabalham em excesso, é interessante também conhecer quais são os fatores que contribuem para que essa situação aconteça.
As causas do trabalho excessivo podem estar em um lugar que os gestores nem sequer imaginam: na cultura organizacional.
Muitas das pessoas que sofrem com essa situação relatam sentir que suas vidas giram em torno da empresa, que não há espaço em suas rotinas para mais nada além de preocupar-se com as pressões do trabalho.
Vivemos em um mundo onde a produtividade deve ser sempre escalável, contudo, é importante que essa eficiência seja fomentada de forma saudável, sem inspirar um verdadeiro vício no trabalho.
Contudo, essa busca por resultado vem com um contínuo esgotamento pela pressão de cumprir prazos e cobranças que podem acontecer até mesmo fora do horário de trabalho.
Sendo assim, algumas das situações que podem contribuem muito para a criação dessa “cultura do desgaste” são:
Mas além desses fatores ligados à empresa, hoje, os profissionais também precisam lidar com o isolamento social causado pela pandemia.
A solidão e a crescente ansiedade de estar em home office somente pioram essa situação desgastante e tendem a gerar problemas de saúde mental como os que mencionaremos a seguir.
Que o trabalho em excesso é uma situação prejudicial para a saúde física e psicológica do colaborador, já deixamos claro.
Mas quais são as formas específicas que essa situação afeta o indivíduo?
Abaixo, listamos algumas das consequências mais comuns de trabalhadores que vivem uma jornada de trabalho exaustiva.
Ansiedade é um sentimento natural em qualquer ser humano, faz parte da resposta de luta ou fuga. Contudo, isso se transforma em um problema quando começa a ser desencadeada por situações simples do dia a dia.
As crises desencadeadas são normalmente descritas como palpitação forte, sensação de garganta fechada, suor, falta de ar, náusea, formigamento, calafrios, despersonalização e diversos outros sinais.
Isso variará de pessoa para pessoa e nem é preciso dizer que sentir esses sintomas por conta de uma reunião é algo incapacitante, não é mesmo?
Pessoas que trabalham excessivamente estão sempre em uma situação de pressão, seja ela interna ou externa.
Assim, é muito comum que esteja sempre altamente estressado e irritado, prejudicando sua capacidade de trabalhar em equipe e podendo desencadear outras questões físicas ou psicológicas.
O desenvolvimento dessa síndrome é o extremo do trabalho excessivo, com ela, o colaborador passa a experienciar cansaço mental e físico, pressão alta, dores de cabeça, batimentos cardíacos alterados dentre outros sintomas.
Normalmente, essa situação se desenvolve em ambientes de trabalho com objetivos muito acima da realidade da organização, gerando tensão emocional crescente que desgasta a saúde mental do indivíduo com o tempo.
Vale ressaltar que o quadro de burnout não se estabelece da noite para o dia, mas sim de uma situação contínua de abuso dos próprios limites.
Confira nosso episódio sobre saúde mental no Tangerino Talks:
Chegou a hora de compreender o que diz a Consolidação das Leis do Trabalho sobre o trabalho excessivo.
Segundo os artigos 58 e 59 da CLT, a jornada de trabalho é de 8 horas diárias podendo ser acrescida de até no máximo duas horas extras.
Existem ainda os casos de jornadas especiais como é o caso da 12×36, contudo, elas oferecem um tempo de descanso superior ao colaborador.
Qualquer outra forma de trabalhar que não seja devidamente regulamentada por acordos coletivos são consideradas ilegais.
Nessas situações, a empresa encontra-se responsável legalmente e pode sofrer duros processos trabalhistas.
Assim, caso sua empresa não precise de regimes de trabalho especiais, é importantíssimo atentar-se que seus colaboradores estejam cumprindo o que determina a CLT, evitando possíveis processos trabalhistas.
Se o excesso de trabalho é uma realidade em sua empresa, está na hora de realizar algumas ações para conscientizar os colaboradores sobre essa situação e promover uma relação saudável com o trabalho.
Apesar disso, é importante que a gestão compreenda que esse não é um problema dos colaboradores, mas sim da empresa como um todo e é ela que precisa agir para promover qualidade de vida para seus colaboradores.
A sobrecarga de trabalho é algo que acaba com a rotina de qualquer pessoa. Sendo assim, é importante que equipes e líderes desenvolvam uma maior sensibilidade na hora de distribuir responsabilidades, evitando a concentração de tarefas nas mãos de alguns poucos colaboradores.
Se passou da hora de fechar e o escritório ainda está cheio, é importante também avaliar se as expectativas da empresa não estão acima da realidade das equipes.
Quem nunca recebeu uma mensagem fora do horário de trabalho pode se considerar um grande sortudo. Claro, emergências acontecem, contudo, elas não devem ser uma regra, mas sim a exceção.
Além disso, tenha consciência que os colaboradores têm vida fora do trabalho, amigos, família, planos e sonhos que eles também precisam se dedicar para ter uma vida completa.
A saúde mental é um tema cada vez mais discutido nos escritórios, mas o RH pode ir além e promover verdadeiras rodas de conversa, programas de aconselhamento e organizar até mesmo sessões de terapia cobertas pela empresa.
Essas ações demonstram para os colaboradores que a empresa se interessa pelo seu bem-estar e qualidade de vida no trabalho.
É obrigação da empresa garantir que todos os colaboradores obedeçam ao que diz a CLT, respeitando o tempo correto da jornada de trabalho.
Por isso, ao contar com uma ferramenta de controle de ponto inteligente como o Tangerino fica muito mais fácil acompanhar os funcionários que estão sempre passando da hora de fechar o ponto.
Ficou curioso para compreender um pouco mais sobre o que é essa tal de Síndrome de Burnout? Fizemos um artigo completo para você saber o que é, sua gravidade e como evitar esse mal do século XXI em sua empresa.
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